segunda-feira, 11 de maio de 2009

Te vira, malandro!

Vamos lá, exemplo. Você tem um trabalho, recebe um salário e paga todas as suas contas no final do mês. Um dia, rodando pela cidade com a sua brasília, turquesa, ano 89 (não tenho idéia das datas de fabricação de brasílias) atropela um cachorro muito louco, perde a direção, acerta um poste e destrói parcialmente o seu carro, financiado. O governo, seja federal ou estadual não irá lhe ajudar, certo? Sim, certo, foda-se você, o conserto do seu carro, a indenização aos donos do cachorro, sua perna quebrada e as despesas com o hospital. Te vira, malandro!
Mas por que com os produtores rurais a história é diferente? Todo ano é a mesma coisa. Poucas chuvas, fazendeiros reclamam, pedem perdão de dívidas e o governo, vez ou outra, atende.
Em uma matéria, no site Campo Grande News, hoje, o senador Valter Pereira (PMDB), defende perdão da dívida de produtores da região de Naviraí. “Os produtores das cidades de Itaquiraí, Mundo Novo, Eldorado, Japorã e Iguatemi estão na listagem e foram beneficiadas com o perdão de 95% das dívidas.
E a costureira despedida semana passada? A empregada que foi obrigada a deixar de pagar a parcela do fogão para comprar o remédio do filho? Quem ajuda?
O Leandro, meu amigo e assistente para qualquer tipo de assunto, disse que eles recebem esse auxílio, pois se não acontecesse o preço dos alimentos subiria e isso afetaria a população. Faz sentido também. Faz todo sentido, mas convenhamos, todo ano?

2 comentários:

Beatriz Zandonadi disse...

Amigo, isso é muuuito relativo, meu pai tem dívidas rurais há muitos anos, e impossìveis de serem pagas... Te garanto que o governo não é nada condescendente com o "pequenos" `produtores rurais. E, convenhamos, o dinheiro que pagamos de imposto estão aí para incentivarem quem trabalha e faz o país crescer, e não quem anda passeando de Brasília pela cidade. Já bati o carro muitas vezes (e vc sabe bem disso) e assumi todas as minhas responsabilidades. Não dá para comparar com uma crise de mercado ou a chuva que calhou em acabar com o trabalho suado de um povo....

leandro disse...

A questão é mais complexa do que a gente pensa. Não se perdoa a dívida da noite para o dia, com certeza pensaram muito nos prós e contras. E muitas vezes a dívida é renegociada e não perdoada. Isso não é exclusividade do nosso país, lá fora o governo americano subsidia a agricultura e o próprio mercado financeiro como essa última ajuda que deram. Não é apenas o o lucro do empresário que tá em jogo, há outras variáveis como o tanto de empregos diretos e indiretos que dependem desses negócios. Acho que tem muito corporativismo também. Não é fácil analisar isso. Não sou contra essa ajuda. O cidadão "comum" também tem seu auxílio com FGTS, 13º, licença-alguma-coisa, férias e outros encargos para os empresários. Pelo tanto de imposto que esse pessoal deve pagar (sobre terra, máquinas, insumos...) acho justo que o governo retribua isso de alguma forma, mesmo que nessas situações. Ao invés de tentar tirar esse "benefício" dos empresários/fazendeiros deveríamos lutar para nós "pessoas comuns" ter algo em troca pelo que pagamos ao governo.